Segurança no Cultivo de Tilápias – Uma Espécie Estabelecida não pode ser considerada como espécie invasora

Ricardo Pereira Ribeiro

Doutor em Ecologia

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ      

Segurança no Cultivo de Tilápias – Uma Espécie Estabelecida não pode ser considerada como espécie invasora

Ricardo Pereira Ribeiro – Doutor em Ecologia

Documento Técnico direcionado à Secretária Nacional de Biodiversidade

Esplanada dos Ministérios, Bloco B, 5º andar – Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima CEP70068-900 – Brasília/DF

Assunto: Consulta formal acerca dos procedimentos e diretrizes futuras relacionados à autorização de uso de espécies exóticas e alóctones em bacias hidrográficas brasileiras para fins de aquicultura.

Senhora Secretária, cumprimentando-a cordialmente, vimos por meio deste solicitar uma releitura e reinterpretação acerca da publicação da Lista Nacional Oficial de Espécies Exóticas Invasoras Presentes no Brasil, acompanhada da Lista de Espécies Exóticas Invasoras Prioritárias para Prevenção, Detecção Precoce e Resposta Rápida, especialmente com respeito à errônea classificação da Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticos) como “Espécie Exótica Invasora”.

 É reconhecido que um diagnóstico sobre Espécies Exóticas Invasoras, representam um importante avanço para a gestão ambiental e o manejo de espécies invasoras no país. Essas listas fornecem base normativa e técnica para subsidiar ações de prevenção, controle, monitoramento e recuperação de ecossistemas, além de orientar políticas públicas e ampliar a conscientização social sobre o tema.

É preponderante a necessidade de reconhecimento de que nem todas as espécies exóticas presentes no país apresentam risco ambiental. Neste documento procuramos apresentar informações científicas e técnicas que permitirão um entendimento consistente dos reais benefícios da tilápia para o desenvolvimento e segurança alimentar no país e demonstrar de forma contundente que interpretações enviesadas e até certo ponto alarmistas, podem levar a conclusões equivocadas acerca da tilápia do Nilo, desconsiderando sua importância para a Aquicultura brasileira.

A espécie já é tratada por órgãos ambientais de licenciamento, federais, estaduais e municipais como “estabelecida“, termo que se refere ao processo de uma espécie exótica em um novo habitat produzindo com sucesso descendentes viáveis com probabilidade de sobrevivência contínua.

A tilápia do Nilo é a espécie de maior importância econômica no Brasil, ela impulsiona a aquicultura nacional e contribui significativamente para a economia do país.

A tilápia é a líder na Produção Aquícola Brasileira, sendo que o Brasil,  tem se consolidado como o quarto maior produtor mundial desta espécie, com uma produção de 662.230 toneladas em 2024, representando 68,33% da produção nacional de peixes oriundos da aquicultura (PeixeBR, 2025), A tilápia também é responsável pela geração de emprego e renda, sendo responsável por empregar muitas pessoas, especialmente em comunidades rurais e regiões produtoras. Já nos mercados interno e externo, é amplamente consumida no Brasil e é exportada para a América do Norte e Ásia, principalmente. A tilápia democratizou o consumo de peixes e eliminou o medo das mães e pais ao oferecer peixes aos seus filhos, especialmente pelo seu sabor leve e ausência de espinhos no seu filé.

Além dos filés a tilápia permite o oferecimento ao mercado de uma grande diversificação de produtos aos consumidores, o peixe inteiro, postas, hambúrgueres e outros produtos processados, o que diversifica as opções de consumo e agrega valor ao produto.

Além disso, a tilapicultura tem sido um dos principais motores do crescimento da aquicultura no Brasil, com potencial para continuar se expandindo nos próximos anos e, tornado o país como o principal produtor do mundo.

No entanto, é importante destacar que a produção de tilápia sofre um grande preconceito por parte de setores ligados à área de meio ambiente, por vincular esta espécie de forma equivocada, a impactos ambientais indesejados, os quais podem ocorrer apenas se seu cultivo for realizado sem o adequado gerenciamento do cultivo.

A tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus) é uma espécie de peixe amplamente cultivada e consumida em todo o mundo.

Esta espécie foi introduzida, desde a década de 70, no século passado, de forma intencional para fins de produção de alimentos, em muitos casos, ela foi introduzida propositalmente para fins de aquicultura e produção de alimentos em áreas impactadas, com a presença de reservatórios de acumulação de água e reservatórios de usinas hidrelétricas, o que proporcionou sua disseminação inicial. É uma é uma espécie altamente adaptável e pode sobreviver em uma ampla gama de condições ambientais, o que pode torná-la mais resiliente em ambientes alterados pelo homem, ocupando assim, nichos ambientais vazios.

A tilápia do Nilo possui hábito alimentar fitoplanctófago, com tendencia à onivoria, podendo se alimentar de uma ampla gama de alimentos, como algas e macrófitas e em cultivo de rações comerciais de baixo custo.

Os possíveis impactos que costumam ser atribuídos à presença da tilápia, podem ser mitigados com medidas de manejo sustentável e responsável no seu cultivo, como: desenvolvimento de práticas de aquicultura sustentáveis e seguras; educação e conscientização sobre os riscos e benefícios da introdução de espécies não nativas.

A partir desta introdução acerca da espécie, produzimos um resumo comentado os principais artigos apresentados sobre os potenciais impactos da tilápia – boa parte dos trabalhos apresentados tratam dos mesmos textos apresentados em publicações diferentes que, de maneira geral são utilizadas pelos acusadores da tilápia como espécie causadora de impactos negativos. Assim, uma leitura detalhada dos dados apresentados por estes artigos, poderão nos trazer a verdadeira dimensão dos possíveis efeitos que a tilápia ou outras espécies que são identificadas como invasoras podem realmente causar, ou se isto é apenas um alarmismo:

– Impactos da Introdução da tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, sobre a estrutura trófica dos ecossistemas aquáticos do Bioma Caatinga José Luiz Attayde1,*, Nils Okun1, Jandeson Brasil1, Rosemberg Menezes1 & Patrícia Mesquita1 Conclusões: “os riscos ambientais associados às introduções de tilápias devem ser rigorosamente avaliados e pesados contra os possíveis benefícios socioeconômicos dessas in­troduções. Os resultados deste trabalho mostram que a tilápia do Nilo provoca uma redução na abundância de certos microcrustáceos planctônicos, um aumento na biomassa de algas nanoplanctônicas e uma redução na transparência da água. Esses efeitos da tilápia do Nilo podem gerar efeitos negativos no recrutamento de outras espécies de peixes que se alimentam essencialmente de zooplâncton na fase jovem e se orientam visualmente para localizar e capturar suas presas. Estudos experimentais de competição serão realizados futura­mente no projeto PELD Caatinga, manipulando-se as densidades de tilápias e de espécies nativas para se comprovar ou refutar as relações de causalidade entre a introdução da tilápia do Nilo e o declínio dos esto­ques das espécies de peixes nativas da Caatinga. No momento, estudos experimentais estão sendo realiza­dos para investigar se os efeitos das tilápias sobre o plâncton e a transparência da água dependem do grau de eutrofização dos açudes e vice-versa. É importante salientar que as conclusões deste estudo afirmam que as tilápias podem afetar, portanto não concluem que afetam e ao final postulam que estudos estão sendo realizados para determinar se as tilápias causam eutrofização na água dos açudes ou podem se beneficiar desta eutrofização;   Artisanal fisheries in urban reservoirs: a case study from Brazil (Billings Reservoir, São Paulo Metropolitan Region)
C. V. MINTE-VERA, M. PETRERE JR
Fisheries Management and Ecology, 2000, 7, 537–549 “… Minte- Veras    trabalhou na Represa Billings em São Paulo e afirmou o seguinte sobre a tilápia: “Neste reservatório a Tilápia do Nilo está em processo de naturalização”.  “No nordeste do Brasil as tilápias são dominantes em pequenos reservatórios, porém na bacia do Paraná as tilápias não são comuns (Agostinho e Petrere, 1993)” ”… em reservatórios urbanos há altas incidências de tilápias e isto se deve a uma combinação de fatores como: alto potencial reprodutivo, capacidade de consumir o plâncton do reservatório, alta resistência a baixa concentração de oxigênio dissolvido, tolerância a contaminantes químicos e baixa pressão de predação, caracteríscas comuns nestes tipos de reservatórios urbanos altamente impactados e praticamente vazios do ponto de vista ictiológico…”  “Vazios Ambientais” “… Gestão e manutenção destas pescarias devem considerar os efeitos descendentes positivos que a tilápia do Nilo poderia ter para controlar a eutrofização e também seus benefícios sociais.”   – Pesque-pague: negócio ou fonte de dispersão de espécies exóticas?
Rodrigo Fernandes, Luiz Carlos Gomes e Angelo Antonio Agostinho
Acta Scientiarum: Biological Sciences Maringá, v. 25, n. 1, p. 115-120, 2003 “É comum que pequenos cursos de água de bacias com intensa atividade de piscicultura sejam compostos majoritariamente por tilápias (Fernandes et al. 2003)” “…porém estes autores encontraram que 11 espécies, 1594 indivíduos e apenas duas espécies exóticas, sendo que 14% destas capturas eram de tilápias e concluíram o seguinte:  Não foram observadas atividades reprodutivas nas espécies exóticas no riacho amostrado. “ “…O insucesso reprodutivo das espécies introduzidas no ambiente natural está no fato de que as progênies destes animais não apresentam características genéticas para as situações básicas de sobrevivência. Como, por exemplo, estratégias anti-predação”. Porém, continuam relatando que isto pode ocorrer ao longo das gerações através de modificações genéticas.” Impacts of introducing Nile tilapia on the fisheries of a tropical reservoir in North-eastern Brazil
J . L . ATTAYDE, J . BRASIL & R . A . MENESCAL
Fisheries Management and Ecology, 2011, 18, 437–443 “… A tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus (L.), foi introduzida na maioria das regiões tropicais e subtropicais de o mundo para melhorar a pesca interior e a aquicultura. Esta espécie é geralmente vista como benéfica quando introduzida, mas os impactos ambientais de suas introduções generalizadas são incertos e não são bem compreendidos…” “… A introdução da tilápia do Nilo não aumentou a captura total por unidade de esforço (CPUE), o número de pescadores que pescam ativamente ou sua renda per capita. Por outro lado, uma redução significativa na CPUE de outras espécies comercialmente importantes foi observada após a introdução da tilápia do Nilo no reservatório…” este estudo utilizou uma série temporal de 30 anos de coleta de dados  
– Fish and aquatic habitat conservation in South America: a continental overview with emphasis on neotropical systems M. Barletta, A. J. Jaureguizar, C. Baigun, N. F. Fontoura, A. A. Agostinho, V. M. F. Almeida-Val, A. L. Val, R. A. Torres, L. F. Jimenes-Segura, T. Giarrizzo, N. N. Fabre, V. S. Batista, C. Lasso, D. C. Taphorn, M. F. Costa, P. T. Chaves, J. P. Vieira and M. F. M. Correa Os autores resumem seu trabalho da seguinte maneira:“A conservação de peixe na América do Sul é uma questão urgente. A biodiversidade dos peixes, assim como com todos outros grupos de plantas e animais, está longe de ser totalmente conhecida. A perda contínua de habitat pode resultar em perdas de biodiversidade antes da diversidade de espécies ser completamente conhecida. Nesta revisão, as principais bacias hidrográficas da América do Sul (sistema Magdalena, Orinoco, Amazónia e Paraná-La Plata), juntamente com a chave Habitats aquáticos (estuários com manguezais do húmido tropical, semiáridas tropicais e subtropicais regiões) são analisadas em termos de suas características e principais preocupações. A perda de habitat foi a principal preocupação identificada para todos os ecossistemas da América do Sul. Pode ser causada por represamento de rios, desmatamento, poluição da água, mineração, práticas agrícolas pobres ou gestão inadequada prática. A perda de habitat tem uma consequência direta, que é uma diminuição da disponibilidade de vida e recursos, uma séria questão social e econômica, especialmente para as nações sul-americanas que são todos os países em desenvolvimento. A introdução de espécies exóticas e a sobrepesca também foram identificadas como generalizada em todo o continente e seus principais ecossistemas de água doce, litoral e marinho. Finalmente, sugestões são feitas para encontrar formas de superar esses problemas. A principal sugestão é a mudança de paradigma e um novo design para ações de conservação, começando com pesquisas integradas e visando a gestão coordenada e harmonizada das principais águas transfronteiriças do continente.As ações se concentrarão na conservação do habitat e no resgate social das populações menos favorecidas dos povos indígenas e não-indígenas. As demandas de energia e água doce também terão para ser redimensionadas para controlar a perda de habitat.”A seguir são selecionados alguns trechos do trabalho onde são expostos os principais pontos abordados: Afirmam de modo geral que: “Escape de espécies de várias áreas, redução média de tamanho, conflitos crescentes entre pescadores, atraso na incorporação de abordagens ecossistêmicas em planos de manejo, regulamentos de pesca deficientes, aumento da pressão da pesca comercial, diminuição da intensidade do pulso de inundação, poluição industrial e agrícola, ocupação contínua da planície de inundação e mudanças no uso da terra e da água em toda a bacia geral são algumas das principais preocupações que devem ser avaliados e integrados nos quadros de gestão da pesca. Construção de barragens planejadas para os rios Paraná e Uruguai promoveram irreversíveis mudanças nos conjuntos de peixes, reduzindo os estoques migratórios e afetando assim seus meios de subsistência. Diminuição de pulsos de inundação irá isolar criação crítica, creche e alimentação Habitats localizados em canais secundários e áreas inundáveis ​​que afetam a produção geral de peixe. A promoção da pesca comercial intensiva deve ser equilibrada em termos de benefícios e custos socioeconómicos e ecológicos. O desenvolvimento da barragem no rio e a fragmentação da bacia do Alto e Médio Paraná (principalmente no Brasil) resultou na diminuição da qualidade da pesca devido a uma redução das reservas migratórias e perdas críticas de habitat (Agostinho et al., 2007a) Novos paradigmas são necessários para conservar os recursos da Bacia do Prata em face dos novos cenários climáticos esperados e aumentando a intervenção humana. O gerenciamento de recursos em rios grandes deve ser previsto dentro de uma abordagem ecossistêmica das pescarias (Garcia et al., 2003), mas adaptado a grandes características ecológicas do rio. Paradigmas penetrantes derivados de ambientes marinhos direcionados para alcançar o máximo rendimento sustentável e benefícios econômicos como os principais objetivos são inadequados para grandes rios onde outros objetivos se tornam também relevantes. É importante que os gerentes entendam esse suporte específico. Características de grandes rios não foram encontrados em ambientes marinhos (por exemplo, pulsos de inundação e conectividade da planície de inundação, forte importância dos estoques migratórios, menor população tamanhos e grande fonte de efeitos, mesmo em uma escala da bacia) e benefícios sociais derivados de bens e serviços dependem fortemente da manutenção da integridade ecológica e tornam-se fatores-chave para garantir a sustentabilidade das pescas a longo prazo. Essas gestões das abordagens também são relevantes para as mudanças climáticas esperadas na bacia que poderiam modificar as características abióticas e as principais comunidades bióticas.” Afirmam ainda: “O regime hidrológico dos rios afeta a qualidade dos habitats e a funcionamento dos ecossistemas. O efeito mais notável de barragens na ictiofauna ocorre com respeito a espécies migratórias. Populações inteiras (espécies pares), que podem ser afetados por processos de fragmentação do rio podem ter seu acesso à desova e habitats de viveiro bloqueados. Tais questões levam a graves consequências genéticas e afetam a intensidade do recrutamento (Petrere, 1996). Igualmente prejudiciais são os efeitos de controle do fluxo do rio e retenção de nutrientes e sedimentos para o rio a trechos à jusante, especialmente quando a área afetada é uma planície de inundação. Regulação do fluxo do rio afeta a conectividade dos sistemas de planície de inundação do rio, reduzindo a disponibilidade de habitats para o desenvolvimento de peixes e afetando o recrutamento, particularmente de peixes migratórios (Junk et al., 1989; Agostinho et al., 2004; Thomaz et al., 2007).A retenção de nutrientes empobrece a planície de inundação do rio levando a diminuição do peixe produtividade (Kobayashi et al., 2008; Roberto et al., 2009). Além disso, as retenções de sedimentos aumentam a transparência e a capacidade erosiva da água, mudando habitats (Souza-Filho et al., 2004), relações tróficas (Abujanra et al., 2009; Luz-Agostinho et al., 2009), intensidade de predação em ovos e larvas (Agostinho et al., 2007b), persistência de espécies (Gubiani et al., 2007) e vegetação aquática (Zimmer et al., 2003; Thomaz et al., 2009).”Continuam:“Antes do confinamento de grandes áreas nas bacias da América do Sul, as pescarias eram com base em grandes espécies migratórias de longa distância (por exemplo, grandes peixes-gato e charácidos) com alto valor comercial e esportivo. Após a formação do reservatório, os estoques destas espécies diminuíram e foram substituídas por espécies menores e menos valiosas (Petrere et al., 2002; Okada et al., 2005; Hoeinghaus et al., 2009).”“As pescarias comerciais praticadas em reservatórios contrastam com as realizadas em trechos lóticos da bacia. Os pescadores não têm as mesmas características tradicionais. A maioria dos pescadores neste caso têm pescado a menos de 30 anos e já trabalharam em outros atividades econômicas (Agostinho et al., 2008). Além disso, pequenos proprietários de terras, que tinham parte de suas terras inundadas por reservatórios, agora produzem rendimentos insuficientes com base em agricultura e recorrem a este tipo de pesca para complementar a renda familiar.Um fenômeno recorrente observado na região é a chegada maciça de trabalhadores que participaram da construção de barragens nas pescarias devido à falta de oportunidades de emprego. Esses trabalhadores são atraídos pelos altos rendimentos dos primeiros anos após o empobrecimento (fase heterotrófica). Quando o esgotamento trófico dos reservatórios começa, as capturas são drasticamente reduzidas. Para superar esse problema, os pescadores aumentam esforço, o que resulta no colapso dos estoques e várias outras questões, especialmente pobreza (Agostinho et al., 2007a).”Por Fim Concluem:“Uma vez que as relações causais entre fontes de impacto e suas consequências são consistentes estabelecidas, com base no conhecimento científico, será possível implementar projetos de amostra muito mais robustos para serem usados ​​no monitoramento e comparações de ecossistemas.Algumas dessas interações estão realmente vinculadas a intervenções desejáveis, tais como como turismo e pesca artesanal. No entanto, mesmo essas atividades precisam ser planejadas e monitoradas. Será sempre necessário um compromisso entre a sustentabilidade socioeconómica e alguma perda ambiental. Os efeitos precisam ser detectados, quantificados e diagnosticados através do estudo de espécies ou conjuntos de peixes. Como estão atuando em todo o sistema, serão necessárias abordagens integradas.Outra questão é a adaptação de modelos desenvolvidos para outras regiões, socioeconômicas situações e estágios tecnológicos. Por exemplo, nativo da América do Sul. Os peixes e suas larvas às vezes são usados ​​como modelos toxicológicos; essas iniciativas são altamente valiosas no estabelecimento de modelos locais, mais perto de situações reais.A ecologia aquática pode ser entendida a partir de vários pontos de vista diferentes. Peixes são elementos-chave na descrição de uma série de características do ecossistema, incluindo os diferentes níveis de interferência antropogénica. Os peixes podem ser usados ​​com sucesso como bioindicadores de poluição química. A mesma abordagem pode ser usada da bacia hidrográfica para o oceano, integrando a bacia inteira em uma única ecocline, onde as pontuações positivas e negativas são integradas. As formas de avaliação de interferência antropogénica mais utilizadas. O uso de peixes é a análise química tradicional dos tecidos musculares (e às vezes conteúdo estomacal) e a detecção de biomarcadores fisiológicos e genéticos. População e as variáveis ​​da comunidade também são necessárias para descrever mudanças ambientais induzida por uso humano e atividades em rios, lagos, reservatórios, estuários e litorais águas.Nos países em desenvolvimento, como a maioria das nações sul-americanas, acredita-se que as pressões ambientais ainda estão aumentando e que a mudança da situação ainda deve evoluir.O equilíbrio do meio ambiente em todos os países sul-americanos exigirão mais tempo e maior esforço do que é visto nos países desenvolvidos. Isto é devido principalmente às diferenças regionais nos níveis de desenvolvimento no continente e parcialmente para a escala geográfica do trabalho. Existem várias iniciativas para reverter as perdas de habitat e padrões de qualidade da água em uma série de ambientes de água em toda a América do Sul. Essas ações gerenciais funcionam? O monitoramento é caro e difícil em termos de áreas amplas (bacias inteiras) para cobrir e longos períodos (estação e anos) para apoiar a atividade. Portanto, nem sempre pode ser a melhor abordagem. Aqui reside a relevância do trabalho científico existente e futuro para os tomadores de decisão. Somente através do estabelecimento de uma base científica sólida é possível adquirir bons registros de dados. Além disso, o interesse recente em aumento da relevância dos registros ambientais é útil. No caso dos ambientes aquáticos, um dos registros ambientais mais preciosos (sedimentos) é quase sempre presente. Outros de origem biológica também podem ser muito úteis (otólitos e ossos). Os registros biogeoquímicos de natureza natural e antropogénica podem ser utilizados, bem como marcadores bióticos e abióticos para apoiar o gerenciamento da qualidade ambiental, conservação do habitat, serviços ecológicos e sustentabilidade.Em um mundo ideal, uma compreensão de como as “montagens” das comunidades de peixes mudam em resposta a mudanças naturais ao longo de diferentes escalas de tempo seriam necessárias antes de intervir em seus ambientes. Isso já não é sempre possível, no entanto, uma vez que a maioria dos ambientes aquáticos já estão sujeitos a alguma forma de uma grave intervenção humana e as transformações são mais a regra do que a exceção. Portanto, é necessário lidar com sinais mistos, e parte do desafio reside na distinção numérica desses sinais, bem como colocá-los em perspectiva.” Em uma leitura atenta do artigo verifica-se alguma citação acerca do cuidado e relevância à introdução de espécies exóticas na redução da biodiversidade, entretanto há apenas uma citação relevante neste sentido que é acerca da introdução de uma espécie de truta na Bacia do Orinoco a qual colonizou o ambiente em detrimento de espécies locais e citaram também a presença de espécies exóticas com baixas capturas na Lagoa dos Patos RS. Enfim, afirmam de forma contundente que a maior parte dos ecossistemas aquáticos já foram severamente impactados por ações humanas estruturantes e estudos para entender a nova e obrigatória sucessão de espécies é fundamental para que se possa tentar mitigar os efeitos negativos ao ambiente, ou seja, estes efeitos e mudanças já estão em processo e a intervenção posterior através da alteração de dispositivos legais que geram insegurança jurídica em atividades econômicas e de produção não é adequada e, com certeza não amenizarão os problemas.Fugitive Salmon: Assessing the Risks of Escaped Fish from Net-Pen AquacultureROSAMOND NAYLOR, KJETIL HINDAR, IAN A. FLEMING, REBECCA GOLDBURG, SUSAN WILLIAMS, JOHN VOLPE, FRED WHORISKEY, JOSH EAGLE, DENNIS KELSO, AND MARC MANGEL “… Uma variedade de infraestrutura, veterinária, e abordagens de reprodução baseadas em análises de riscos e pontos críticos de controle também existem para reduzir o número de fugas e seu potencial dano aos ecossistemas e à sociedade.”“… as empresas adotaram uma série de medidas para reduzir a incidência de fugas, incluindo o uso de materiais de redes mais fortes, redes que impedem as focas de pegarem os peixes, e protetores em hélices de barco para evite rasgos nas redes…”“… Novas políticas relativas às fugas dos peixes de cultivo são uma excelente maneira de começar a agir com base nessa nova perspectiva de sustentabilidade na Aquicultura.”Em geral peixes que eventualmente fogem, tendem a permanecer nas adjacências dos locais de cultivo devido à dependência à alimentação artificial.Estas informações atestam mais ainda e de forma contundente que espécies de peixes adaptadas para o cultivo  são dependentes das condições artificiais destes cultivos para poderem sobreviver e prosperar,  
– Ecological Carrying Capacity for intensive tilapia (Oreochromis niloticus) cage aquaculture in a large hydroelectricalG.S. Davida,, E.D. Carvalho, D. Lemosc, A.N. Silveirad, M. Dall’Aglio-SobrinhoOs autores afirmam que:“Nossos resultados apontam que um estudo cuidadoso e detalhado das condições limnológicas em cada local de aquicultura deve ser formado, evitando estimativas que levam em consideração o sistema de reserva. Os ecossistemas são conduzidos por interações complexas de grande número de variáveis, com saldos delicados com mudanças abruptas em valores declarados por entradas comparativamente menores.”“…A produção sustentável da aquicultura deve considerar a avaliação da capacidade de transporte ecológico para o uso racional de recursos naturais, como os corpos aquáticos…” “…O limite de 1% de ocupação da área dos reservatórios pela aquicultura, delimitada pelo governo brasileiro pode não ser uma salvaguarda efetiva contra a eutrofização excessiva e são necessários estudos limnológicos detalhados para um dado corpo aquático, considerando suas particularidades e interações ambientais” 
ECOLOGIA E MANEJO DE RECURSOS PESQUEIROS EM RESERVATÓRIOS DO BRASIL Angelo Antonio Agostinho, Luiz Carlos Gomes, Fernando Mayer Pelicice Os autores afirmam de maneira muito enfática a sua contrariedade com respeito ao uso de espécies não nativas nas Bacias brasileiras, onde destaca-se o seguinte trecho: “…Antes de consumar uma introdução, devem ser avaliados os possíveis impactos, buscando alternativas para o intento. Nos casos em que informações de impacto sejam escassas ou inconsistentes, é mais prudente decidir pela não-introdução, em vista da impossibilidade de erradicação posterior (vide bagre africano). Como discute Simberloff (2003), a filosofia de “inocente, até que provem a culpa”, que norteia as políticas públicas a respeito do tema, precisa ser urgentemente substituída pela de “culpada, até que provem a inocência”, dado o caráter irreversível das introduções….” Entretanto afirmam que estas introduções para que as populações se estabeleçam com sucesso nos novos ambientes, necessitam passar por vários estágios no processo de colonização: “O conhecimento dos processos e etapas que acompanham cada introdução, desde o local de origem do peixe até a sua integração na comunidade receptora, é a chave para o melhor entendimento das definições conceituais relacionadas ao tema. Dessa forma, a liberação da espécie ou seu escape é apenas uma das etapas do complexo mecanismo pelo qual passaram todas as espécies já integradas numa nova comunidade. Pelo menos quatro etapas fundamentais estão envolvidas, ou seja, (i) transporte, (ii) chegada, (iii) estabelecimento e (iv) integração (MOYLE; LIGHT, 1996; VERMEIJ, 1996). O sucesso no processo de colonização depende da superação progressiva de cada um desses estágios. A partir de um pool de espécies de uma dada região, uma ou mais espécies são selecionadas, capturadas e transportadas para uma bacia hidrográfica diferente, mas raramente liberadas diretamente nos cursos naturais. Os programas oficiais geralmente contemplam a passagem dos indivíduos por um estágio em tanques, onde são submetidos à reprodução artificial. A prole é posteriormente distribuída pela bacia para introduções diretas nos cursos d’água (estocagem), para ser utilizada na piscicultura, ou para fins ornamentais em aquários, de onde alcançam os mananciais por escape ou solturas deliberadas. Uma vez em águas abertas, a espécie deverá superar as resistências ambientais locais para que tenha sucesso no estabelecimento como população autossustentável. Essas resistências são de natureza abiótica, biótica e demográfica (SHEA; CHESSON, 2002). Como restrições abióticas, destacam-se as características físicas e químicas da água (ex: temperatura, oxigênio, transparência e velocidade), a estrutura dos hábitats (ex: abrigos, natureza do substrato) e a disponibilidade de recursos (para desova e desenvolvimento inicial). Já as restrições bióticas estão relacionadas às pressões de predação, competição, doenças, parasitas e disponibilidade de presas. As restrições demográficas ao estabelecimento são, por outro lado, representadas pelo número de indivíduos que chegam ao novo ambiente, e a habilidade da espécie em aumentar a população a partir de um reduzido tamanho populacional. A forma como a espécie responderá a todas essas restrições determinará seu sucesso na invasão e estabelecimento (SHEA; CHESSON, 2002). Introduções envolvendo espécies importadas de outros continentes têm, então, grande probabilidade de insucesso, pois cada espécie tem uma história evolutiva particular, geralmente com forte associação às condições ambientais de seu local de origem, podendo ser insuperáveis as restrições ambientais exercidas pelo hábitat receptor. Nas ocasiões em que as espécies introduzidas superam todas as barreiras e conseguem estabelecimento efetivo, as consequências sobre a fauna nativa são diversas, de difícil mensuração e, na maioria das vezes, imprevisíveis (MACK; SIMBERLOFF; LONSDALE; EVANS; CLOUT; BAZZAZ, 2000; RODRÍGUEZ, 2001). O resultado varia do simples estabelecimento da população introduzida à completa dominância da comunidade, podendo incluir, entre os diversos efeitos, a redução populacional de espécies nativas e mesmo extinções nas comunidades receptoras. Contudo, mesmo que uma dada espécie ultrapasse esses obstáculos, ela deverá vencer também o desafio de se integrar à comunidade nativa. Nessa etapa, a espécie deve interagir com a comunidade local através de mudanças comportamentais e de seu nicho, de maneira a assegurar sua existência a longo prazo – em escala evolutiva, o que também pode promover mais alterações na comunidade e no ambiente.”   Por fim os autores afirmam sobre a espécie Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus), que esta espécie, apesar de ter sido introduzida no Brasil após 1950, especialmente por Programas Governamentais, primeiramente para cultivo, depois para povoamento, com o objetivo de aumento de rendimento pesqueiro, especialmente em reservatórios no Nordeste, seus estudos destacam que elas foram introduzidas em 77 reservatórios, porém sua captura foi detectada em apenas 20% destes reservatórios e… “Apesar da elevada ocorrência, pouco se sabe a respeito do real estabelecimento de populações viáveis em alguns desses reservatórios, visto que os exemplares capturados podem ser provenientes de escapes de tanques de cultivo. Destaque para alguns reservatórios localizados no rio Tietê, os quais vêm apresentando, em períodos recentes, elevado rendimento pesqueiro de tilápias. Mesmo assim, vale destacar que, considerando os 77 reservatórios investigados, T. rendalli esteve entre as espécies dominantes em apenas um, enquanto O. niloticus esteve nessa condição somente na região Nordeste.”   Os autores falam também de quais tipos de espécies causam mais riscos nas introduções e nestes temas afirmam o seguinte: …” Os impactos de introduções têm maior probabilidade de serem deletérios quando a espécie introduzida é carnívora ou piscívora (MOYLE; CECH, Jr., 1996). Pela sua elevada agressividade, essas espécies são de instalação mais provável, e seus efeitos são reconhecidos como um dos mecanismos biológicos de maior poder de transformação nas comunidades nativas. Assim, além da virtual impossibilidade de se eliminar seletivamente um peixe introduzido no sistema, seus efeitos são extremos no ambiente e, na eventualidade de um processo de extinção de espécies, este é irreversível (KAUFMAN, 1992; SIMBERLOFF, 2003). Em geral, as espécies carnívoras têm a predileção nos programas de estocagem sob o argumento de sua adequação à pesca esportiva e no aproveitamento de biomassa em ambientes dominados por espécies de menor porte. Porém, a longo prazo, as inúmeras consequências negativas sobre a comunidade residente terminam por empobrecer o sistema de pesca, já que proporcionam a perda de recursos aquáticos nativos e, portanto, os serviços prestados pelos ecossistemas. Esse grupo de espécies é, portanto, merecedor de maiores cuidados, tanto na prevenção de sua introdução quanto nos programas de erradicação.”   A tilápia espécie Oreochromis nilóticos é uma espécie Fitoplanctófaga e no cativeiro possui tendência a onivoria, logo seu hábito alimentar não é carnívoro e nem piscívoro e, segundo os autores acima citados deve ser vista como de baixo risco de se tornar invasora.  
– Alien fishes in lakes of the Doce river basin (Brazil): range, new occurrences and conservation of native communities Anderson O. Latini; Dilermando P. Lima-Junior; Henrique C. Giacomini2,3; Ricardo O. Latini; Daniela C. Resende; Helder M. V. Espírito-Santo; Dilliani F. Barros & Tiago L. Pereira Dos 54 lagos estudados a tilápia só foi capturada em 5,6% ou aproximadamente 3 (três) lagos da Bacia do Rio Doce, apesar de ser a espécie mais importante no cultivo comercial aquícola na região de abrangência da Bacia.  
Role of the NON-NATIVE fis h Oreochrom is niloticus in the lon g-term variations of abun dance an d species com position of the native ic hthyofauna in a Caribbean estuar y Jenny Leal-Flórez, Mario Rueda, and Matthias Wolff Os autores resumiram seus resultados da seguinte forma: “Mudanças na abundância de peixes nativos (captura por unidade de esforço-CPUE) e composição de espécies foram avaliados antes e após a introdução de Oreochromis niloticus Linnaeus, 1757 (tilápia do Nilo) no estuário do Caribe Ciénaga Grande de Santa Marta (CGSM), no norte da Colômbia. A análise de regressão múltipla foi usada para relacionar a abundância de O. niloticus à dos peixes não-nativos e variáveis ambientais ​​como salinidade, oxigênio dissolvido, pH, precipitação local e descarga do rio.A composição da espécie e a abundância de peixes nativos variaram de acordo com as condições do meio ambiente em diferentes zonas, mas em grande escala, a abundância geral permaneceu aproximadamente constante em todos os períodos estudados. Abundância do nativo peixe-gato Cathorops mapale Betancur-R. e Acero-P., 2005 foi negativamente relacionado à abundância de O. niloticus, e ambos variaram com a salinidade. A diversidade geral de peixes variou em períodos em que O. niloticus estava presente, o que coincidiu com a condição de baixa salinidade. Nossas descobertas indicam que as flutuações ambientais restringem a estabelecimento a longo prazo de O. niloticus no estuário e, portanto, seus possíveis efeitos sobre abundância e composição de espécies da ictiofauna nativa não pode ser estabelecido. No entanto, é viável que a chegada de uma cepa mais tolerante de O. niloticus, sua futura adaptação para o ambiente variável, ou uma maior duração das condições de água doce no estuário, poderia favorecer sua proliferação a longo prazo. Nesse caso, as ocorrências de impactos negativos sobre os peixes nativos não podem ser desconsiderados. Isto é, a nosso entender, o primeiro estudo investigando os impactos de O. niloticus na ictiofauna de um estuário do Caribe.”Os autores concluem que uma eventual evolução, seleção ou mutação da tilápia para maior resistência à salinidade poderia alterar a composição das populações nativas de peixes, porém podemos imaginar que o inverso também poderia ocorrer…. O fato é que os resultados encontrados não demonstraram efeitos da presença das tilápias sobre as populações nativas de peixes no estuário o restante é mera especulação. – Segundo Ramos et al, diversos autores relatam os eventuais impactos da piscicultura em tanques rede, sejam estes impactos na qualidade de água, sejam impactos na composição ictiofaunística dos corpos aquáticos, acarretanto desequilíbrios, tanto nas comunidades de fito e zooplâncton e rápido processo de eutrofização destes ambientes, entretanto há poucas evidências da perda de qualidade de água decorrente desta atividade no Brasil, concluindo que é de fundamental importância a realização de estudos e pesquisas que elucidem de maneira definitiva estas controvérsias e permitam criar diretrizes para os órgãos de gestão ambiental; – O Zootecnista Flavio Figueiredo Lindenberg (2013) em trabalho junto ao GT- Grupo Técnico de Espécies Exóticas, SMA-SAA-SS-01 de, 15-10-2012 do Governo do Estado de São Paulo, demonstrou que a aquicultura é uma atividade preservacionista, suas águas vivas auxiliam a autodepuração das águas poluídas dos rios, ressalta ainda que as propriedades rurais e suas águas são preservadas e monitoradas, como as águas dos reservatórios de hidrelétricas e, a tecnologia, instalações adequadas e adoção de protocolos, permitem hoje o cultivo de todas as espécies exóticas com segurança ambiental. Este autor ainda afirma que, se além de não introduzirmos novas espécies formos limitar ou proibir a produção de qualquer uma das poucas que cultivamos, estaremos ‘’engessando’’ a aquicultura, comprometendo seu presente e seu futuro. Cabe lembrar que não há respaldo científico e que deve ser desconsiderada a hipótese, de na fauna aquática nativa encontrarmos espécies para substituir às exóticas; –  O mesmo autor ainda afirma que, os riscos de impacto também devem ser controlados com obras de engenharia, procedimentos, equipamentos e tecnologia, a exemplo de sistemas industriais que minimizam grandes impactos. A piscicultura também deve e pode controlar seus processos produtivos com instalações adequadas, boas práticas, protocolos, certificações, soluções tecnológicas, pesquisas e esforços conjuntos com os Governos e todos os envolvidos na cadeia produtiva. Controlar é o caminho que nos parece adequado e não a proibição da produção, sua restrição, taxação ou entrave, que resultam em consequências sociais negativas; – Estudos do NUPELIA (Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictitologia e Aquicultura da Universidade Estadual de Maringá), em um estudo de acompanhamento Limnológico de um projeto de Piscicultura em tanques rede, com o uso de tilápias, no Rio do Corvo (reservatório de Rosana – Rio Paranapanema) demonstraram que não houve impacto relevante da atividade de criação de peixes em tanques-rede sobre a qualidade de água, e ainda concluem que o impacto sobre a qualidade de água pode ser considerado baixo, ao contrário do esperado para a atividade (Limnologia Física e Química – Maria do Carmo Roberto, Claudemir Martins Soares, Eliana Maria Galdioli, Solange Lolis – 1Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aqüicultura (Nupélia) – Universidade Estadual de Maringá; 2Pós Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais (PEA) – Universidade Estadual de Maringá); – este mesmo grupo em um novo capítulo deste mesmo estudo concluiu que, Em síntese, os resultados obtidos para os diferentes componentes das comunidades microbianas, bactérias, flagelados e ciliados, sugerem que, para o período analisado (aproximadamente quatro meses), se existiu algum efeito do enriquecimento este foi mais regional, em todo o braço do reservatório, do que pontual, em cada distância ou tratamento, de forma que as variações mais marcantes foram observadas ao longo do tempo (Comunidade Microbiana – Fábio Amodêo Lansac Tôha, Luiz Felipe Machado Velho,Cláudia Costa Bonecker, Danielle, Goeldner Pereira , Gustavo Mayer Pauleto, Bianca Trevisan Segovia, Arianne Francielle Silva Brão, Paulo Roberto Bressan Buosi, Thaise Francielle de Souza Roth 1Nupelia-Pronex/Universidade E.); – Avaliando os efeitos do cultivo de peixe em tanques-rede sobre a ictiofauna nativa, foi monitorado o entorno de duas baterias experimentais de tanques rede em dois trechos do reservatório de Rosana, rio Paranapanema não foi possível a detecção de alterações relevantes na composição da ictiofauna circundante. Porém pode-se observar o incremento de algumas espécies que apresentaram respostas positivas, possivelmente associadas à disponibilidade alimentar propiciadas pelo arraçoamento dos tanques e consequente aumento da densidade de organismos planctônicos e bentônicos na área monitorada (Ictiofauna – Samuel Veríssimo, Rosemara Fugi, João Dirço Latini, Wladimir Marques, Domingues, Angelo Antonio Agostinho, Raffael Marcos Tofoli, Gustavo Henrique Zaia Alves – 1Pronex/Nupelia-DBI-Universidade Estadual de Maringá; 2Estagiária do Nupelia); As diferenças encontradas entre o conteúdo calórico dos músculos de uma espécie de lambari, nas diferentes distâncias não foram significativas, porém, os indivíduos coletados a jusante apresentaram valores maiores em relação àqueles amostrados nas adjacências dos tanques-rede e no trecho a montante. Destaca-se que no rio Corvo os valores calóricos médios encontrados foram sempre superiores aos do rio Guairacá, tanto na análise espacial (montante, tanque e jusante), quanto nos tratamentos controle e final. Assim, os resultados apresentados indicaram que o cultivo em tanques rede eleva o conteúdo calórico presente nos músculos do Lambari (Bioenergética de peixes – Evanilde Benedito Cecílio, Lourdes Mercedes Figueroa – 1Pronex/Nupelia-DBI-Universidade Estadual de Maringá; 2Pós-Graduando PEA); – verificando a influência do cultivo de peixes no sistema de tanque rede sobre a parasito fauna dos peixes do ambiente circundante, afirmaram que não foram observadas alterações relevantes no grau de parasitismo das espécies capturadas nas imediações do cultivo e analisadas (Ictioparasitologia – Ricardo Massato Takemoto, Gilberto Cezar Pavanelli, Maria de los Angeles Perez Lizama, Ana Carolina Figueiredo Lacerda, Fábio Hideki Yamada, Luis Henrique de Aquino Moreira,Tiago Lopes Ceschini, Eliane da Silva Fernandes – 1Pronex/Nupelia-DBI-Universidade Estadual de Maringá; 2Pós-Graduando do PEA, bolsistas do CNPq/CAPES; 3Estagiária do Nupelia); – Visando avaliar o efeito da adição de nutrientes na água como decorrência do arraçoamento de peixes nos cultivos em tanques redes na eutrofização dos corpos de água e na decorrente proliferação de macrófitas, foram realizadas medições destas comunidades durante um ciclo de produção de peixes em cultivo experimental em dois braços do reservatório de Rosana, rio Paranapanema. Os resultados obtidos durante este período não permitiram evidenciar a influência deste cultivo na proliferação das macrófitas flutuantes e mesmo nas submersas (Macrófitas – Sidinei Magela Thomaz, Solange Lolis – 1Pronex/Nupelia-DBI-Universidade Estadual de Maringá; 2Pos-Graduanda. PEA-Universidade Estadual de Maringá); Após a explanação de algumas evidências científicas demonstradas acima, podemos afirmar que idealismos não podem prosperar em detrimento de uma atividade nobre que é a Piscicultura comercial que é uma forma de geração de emprego e renda e garantia de segurança alimentar e soberania de um país é um estado que já se consolidou como líder no agronegócio mundial. É indiscutível o papel que a piscicultura tem sobre a sustentabilidade e saúde alimentar da população humana. De acordo com a FAO (2016) o Brasil deve registrar um crescimento de 104% na produção da pesca e aquicultura em 2025. O mesmo órgão ressalta a importância desse alimento na segurança alimentar no futuro. De acordo com Neiva (2009), a importância do consumo de pescado deve-se principalmente aos teores de vitaminas A e D, cálcio e fósforo, qualidade dos lipídios e presença de proteínas de elevado valor biológico. A mesma autora ressalta que “uma alimentação segura na infância estimula uma alimentação saudável na vida adulta, sendo assim, é muito importante a adoção de estratégias nacionais que incentivem a população ao consumo de pescado de qualidade”. Nesse sentido, qualquer política ou burocracia que tente frear o crescimento dessa produção e limite o consumo do produto, implica em um impacto direto na sociedade. Deve ser esclarecido que existem controvérsias cientificas frente ao impacto negativo ou positivo que a piscicultura gera em ambientes naturais. Os estudos realizados até o momento não são conclusivos sobre o impacto negativo que pode ter a piscicultura em tais ambientes, e existem muitos estudos que tem demonstrado a ausência desses impactos. Sendo assim, posições radicais sobre quaisquer possibilidades devem ser evitadas e muito pelo contrário, o bom senso, a discussão científica e o trabalho multidisciplinar devem ser a base de qualquer tomada de decisão.  Ramos et al. (2008a) deixa claro este conceito em suas conclusões: “…Desta forma, neste controverso contexto, estudos integrados e multidisciplinares na vertente limnológica (qualidade da água e suporte ambiental), ictiologia (fauna agregada), zootécnica e econômica são pertinentes, visto que podem elucidar se há impactos e danos desta atividade…”. Em relação ao impacto ambiental são vários os estudos que demonstraram a ausência de danos à qualidade da água pelos empreendimentos piscícolas. Alguns deles são descritos a seguir:   – Carvalho (2006) apud Ramos et al. (2008a): estudo realizado em tributários do Alto Paraná (Tietê e Paranapanema) demonstrou que sistemas de produção em tanques-rede de tilápias do Nilo não alteraram as variáveis físico-químicas da água, uma vez que não foram detectadas diferenças significativas entre essas variáveis nos trechos sem influência desse sistema de produção.   – Paes (2006) apud Ramos et al. (2008a): num estudo objetivando avaliar as modificações induzidas por um sistema de piscicultura em tanques-rede sobre a assembléia de peixes e as condições limnológicas no rio Santa Bárbara (reservatório da UHE de Nova Avanhandava) não encontrou alterações nas variáveis limnológicas entre os trechos com e sem presença dos tanques-rede. O estado trófico também foi similar entre os dois ambientes, com baixas concentrações de nutrientes dissolvidos, concluindo que o ambiente está se auto depurando.   – Zanatta (2007) apud Ramos et al. (2008a): num estudo objetivando avaliar quali-quantitativamente as condições limnológicas numa área com criação de tilápias-do-Nilo em tanques-rede no reservatório de Jurumirim (rio Paranapanema) o autor não encontrou dados limnológicos e ictiofaunísticos (seja em escala temporal ou espacial), que demonstrassem impactos negativos no ambiente de cultivo e nos ambientes sem a influência deste sistema.   – Carvalho et al. (2008) apud Ramos et al. (2008a): num estudo realizado na represa de Chavantes (médio rio Paranapanema) na criação de tilápias em sistemas de tanques-rede os autores não encontraram diferenças nas características limnológicas e de qualidade da água nos trechos com e sem criação de peixes.   – Zica (2008) apud Ramos et al., (2008a): o estudo analisou o impacto da tilapicultura em tanques-rede na represa de Chavantes desde o ponto de vista parasitolígico. Apesar de encontrar a presença de Trichodina e monogenéticos nas tilápias amostradas, não foi observada a ocorrência destes parasitas em espécies nativas.   – Toledo et al. (2003): em estudo avaliando o impacto ambiental causado por efluentes de viveiros da estação de piscicultura de Alta Floresta – Mato Grosso, os autores concluíram que nesse sistema de produção os fatores abióticos e bióticos analisados, não apresentaram alterações que indiquem impacto ambiental no corpo d’água receptor durante o período de estudo, havendo a necessidade de pesquisas mais detalhadas.   – Souza (2006): o estudo analisou os impactos ambientais ocasionados pela tilapicultura em tanques-rede na região de Paulo-Afonso-BA. Concluiu-se que a partir dos resultados obtidos que a piscicultura pode ser uma grande alavanca de desenvolvimento social e econômico; possibilitando o aproveitamento efetivo dos bens naturais locais respeitando o meio ambiente.   – Brandão et al. (2013): num estudo avaliando a dieta e atributos biológicos das populações de Galeocharax knerii residentes ao redor de uma piscicultura em tanques-rede no reservatório de Chavantes, os autores encontraram habilidade da espécie em se beneficiar da entrada de matéria orgânica de forma indireta, utilizando como fonte de alimento principal, concluindo que as atividades da piscicultura influenciam a dieta sem maiores prejuízos ambientais.   – Ramos et al. (2008b): num estudo objetivando avaliar a influência da atividade de piscicultura em tanques-rede na composição da dieta das três espécies de peixes os autores observaram que esses peixes e outros organismos da biota estão usando a matéria e energia produzida pelo sistema de gaiolas, reduzindo o impacto do processo de eutrofização. Também concluíram que importante a realização de estudos e pesquisas que elucidem de maneira definitiva estas controvérsias e permitam criar diretrizes para os órgãos de gestão ambiental   – Ramos (2009): ao caracterizar a influência de sistemas de pisciculturas em tanques-rede sobre a dieta e dinâmica populacional de uma espécie de peixe nativo, Pimelodus maculatus o autor encontrou que esses peixes estão aproveitando os restos de ração disponibilizados pelo manejo zootécnico, contribuindo para mitigar os impactos ambientais relativos à eutrofização.   – Kist et al. (2016): num estudo avaliando o impacto ambiental da tilápia cultivada em sistema semi-intensivo não encontraram nenhuma influência da piscicultura nos parâmetros físico-químicos e biológicas da água.   A formação de populações de tilápia em bacias hidrográficas tem poucos estudos. Sabe-se que por seu comportamento reprodutivo, esta espécie tem uma limitada formação de estoques e é predada constantemente e com preferência por espécies nativas carnívoras e predadoras (Birck, 2015; Santos et al., 2014). No Estado do Paraná, por exemplo, onde o cultivo de tilápias vem sendo realizado há vários anos, não existem dados científicos sobre os impactos que estas espécies têm ocasionado à fauna local. Pelo tempo e concentração de áreas de cultivo, se fossem invasores prejudiciais, já teriam gerado impactos negativos. Como pode ser observado, se for realizado um acompanhamento zootécnico e ambiental e uma correta fiscalização do suporte ambiental que cada piscicultura deve possuir, os prováveis problemas ambientais podem ser excluídos e até transformados em vantagens de conservação, sem causar nenhum impacto negativo, indiferente do local no qual o sistema de criação seja realizado. Ramos et al. (2008a) novamente esclarece este importante conceito: “…Assim, a determinação da capacidade de suporte ambiental é um dos parâmetros mais importantes para questão de qualidade das águas e seu estado trófico…”. Igualmente, Kist et al. (2016) conclui que um bom manejo da densidade de estocagem minimiza o impacto ambiental; Considerando a tilapicultura como atividade zootécnica, como a produção de aves de corte ou postura, de suínos, de bovinos para corte ou leite, a qualidade genética dos rebanhos é fator determinante para os resultados positivos. A determinação da superioridade genética é resultado da avaliação dos animais em condições de cultivo e seleção dos indivíduos destaques para serem pais da próxima geração. Este procedimento pressupõe a existência de variabilidade genética suficiente para manutenção de ganhos genéticos constantes ao longo das gerações, porém implica, também, na seleção de animais especializados para as condições de cultivo, reduzindo a variabilidade genética. Como resultado temos a segregação em dois grupos, os reprodutores dos núcleos de seleção – que produzirão reprodutores comerciais – (animais destaques) e reprodutores comerciais – que produzirão animais com alta padronização e desempenho produtivo superior para as condições de cultivo específicas (animais de abate). Diante disso, na tilapicultura a produção dos pais (matrizes e reprodutores) dos animais que serão cultivados seguem os pressupostos descritos acima, gerando animais especializados para o sistema de cultivo (com densidade de cultivo estabelecida, manejo alimentar e nutricional proposto de acordo com as exigências nutricionais dos animais para cada fase do crescimento, produção de carne e reprodução). O processo de seleção eficiente muda as frequências alélicas das populações para uma constituição genética que permita a superioridade nas condições de cultivo, gerando animais com maior padronização genética e especializados (exemplo típico são os frangos de granja). Um outro aspecto, relacionado ao impacto da seleção é a interação genótipo ambiente (observada quando há diferenças nas performances de genótipos específicos em diferentes ambientes, sejam elas condições de cultivo, climáticas e ou sistema de produção). Neste tema, existem diversos trabalhos científicos que apontam a existência de interação genótipo ambiente para características de interesse econômico na tilapicultura, indicando que em muitas situações, especialmente aquelas em que existem diferenças muito grande nas condições climáticas e ou de cultivo, há necessidade de seleção dos animais nas condições de produção nos quais os seus filhos serão cultivados. Na tilapicultura moderna, não se seleciona os animais para sobreviverem em condições naturais. As condições de cultivo são bem estabelecidas, com fornecimento de ração específica para as diferentes fases de crescimento, manutenção da qualidade de água de maneira a potencializar o crescimento em altas densidades de cultivo, entre outros cuidados. Associado a isso, se utiliza animais geneticamente selecionados para estas condições de cultivo, com constituição genética para que apresentem o desempenho esperado. Dessa forma, a capacidade de sobrevivência e sucesso reprodutivo, em condições naturais, de tilápias melhoradas é bastante reduzido, devido às especificidades genéticas para crescimento em condições de cultivo, a pequena variabilidade genética que inviabilizaria a adaptação às diferentes condições naturais (qualidade de água, oferta de alimento, predadores, acidentes naturais, entre outros), adicionalmente, a elevada padronização genética dos animais poderia implicar em acasalamentos de animais aparentados e portanto aumento da endogamia na geração seguinte após um possível escape, dentre os malefícios da endogamia está a depressão endogâmica, que afeta principalmente características de reprodução e adaptação, impactando negativamente a sobrevivência dos introduzidos nas condições naturais. Diante disto, o escape de tilápias para condições naturais não deve impactar negativamente a ictiofauna nativa, pois, atualmente, existem de programas de melhoramento genético de tilápias no Brasil que disponibilizam para os produtores animais selecionados para condições de cultivo especificas e portanto extremamente dependentes de um ambiente em que haja, fornecimento regular de alimento em quantidade e qualidade, condições controladas de qualidade de água e proteção contra predadores e intempéries, condições estas, bastante distintas das condições naturais. Após esta explanação científica, volto novamente chamar ao bom senso, á discussão científica e ao trabalho multidisciplinar que deve ser utilizado antes de tomar qualquer decisão, que no caso específico do parecer, pode afetar uma das produções mais importantes do Brasil, toda a cadeia produtiva e a sociedade em geral. Os críticos da tilápia podem ser muito qualificados, entretanto seus argumentos são apenas baseados em suposições, também podemos supor que intempéries climáticas, como falta de pulsos de inundação nos rios, queda de asteróides, secas, entre outras causas que também podem afetar a biodiversidade. Houveram programas que chamaram de repovoamento dos reservatórios em vários rios de vários estados brasileiros, onde entre outros profissionais, biólogos, como os que emitiram pareceres contra a tilápia, soltaram por mais de 20 anos, carpas, tilápias, curvinas, entre outras espécies exóticas ou não autóctones, e o caso mais emblemático é o da curvina, uma espécie do Norte/Nordeste, introduzida na Bacia do Prata, especialmente Paraná e seus afluentes, a qual extinguiu várias espécies autóctones e hoje é responsável economicamente por uma grande fatia dos desembarques comerciais de peixes nestes rios, tanto pela pesca profissional como pela pesca amadora, e para a tilápia, que é solta nos rios, desde a década de 70, qual o impacto negativo que ela causou nos nossos rios, como espécie invasora prejudicial, não há trabalhos que comprovem isto, somente em reservatórios eutrofizados ela tem importância na pesca. Na região oeste do Paraná, uma das regiões que mais se cria comercialmente tilápia no país, banhada pelo rio Paraná e vários afluentes, nos relatórios de pesca de Itaipu, se captura por ano, quatro, seis quilogramas de peixes desta espécie por ano, esses dados são da Itaipu, alguns podem dizer que esta espécie foge dos instrumentos de pesca, por isto não é capturada, ela está presente, mas este argumento cai por terra, pois no Reservatório eutrofizado de Barra Bonita, em São Paulo, a tilápia é bem capturada, chegando a ser comercialmente das mais importantes na pesca profissional neste reservatório, aí eu pergunto, a tilápia eutrofizou o reservatório de Barra Bonita? Com certeza não, este é p primeiro reservatório do Rio Tietê após a cidade de São Paulo, portanto o rio neste local ainda encontra-se em processo de depuração de toda a poluição que recebe naquela grande região urbana que ele corta. Questionar a tilápia no Brasil é o mesmo que se questionar o Boi, o Frango, o porco, a soja, o milho, o algodão, o feijão, o arroz, enfim, praticamente tudo que se produz e se come neste país. Praticamente, tudo o que comemos e bebemos hoje, não foi capturado, foi produzido pela Agropecuária, familiar ou empresarial, as quais e baseiam-se na produção de espécies exóticas como fumo e cevada, leite, carne de boi, de porco de frango, soja milho, trigo algodão, arroz, amendoim, café, frutas e verduras, por exemplo.
É claro que há riscos sempre, mas não é somente no cultivo de espécies ditas exóticas que há riscos, isto ocorre em tudo que se faz quando se produz alguma coisa, ou se promove qualquer alteração antrópica, entretanto, há riscos também da extinção de espécies, com a queda de asteróides, erupções vulcânicas, excesso de chuvas, etc, mas temos que conviver com estes riscos para o bem de uma nação e até do mundo.
Não se podemos, como país nos intimidar com alarmismos, mesmo vindo de pesquisadores renomados, mas baseado em um histórico de mais de 100 anos de sucesso do agronegócio brasileiro, sabendo-se que há sempre prós e contras e que a balança tem que pender em benefício do bem dos brasileiros, sempre com muita responsabilidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS – É uma falsa afirmação que as espécies exóticas, principalmente, a tilápia do Nilo, tenha sido a causadora da redução ou aumento da diversidade específica das espécies selvagens; – O grande número de variáveis bióticas e abióticas associadas à falta de informações sobre o comportamento da tilápia, em ambiente similar ao lago de São Lourenço gera a necessidade de avaliar e monitorar as interações desta natureza. Portanto, toda informação é imprescindível para nortear qualquer deliberação à cerca da O. niloticus nos lagos de Hidrelétricas em Mato Grosso; – Aliado a estes aspectos ambientais, devem-se considerar que os aspectos socioeconômicos são também fundamentais para uma análise integrada, pois o reservatório apresenta-se como um dos mais importantes em relação ao potencial de produtividade pesqueira no país, a qual se apresenta estável, tornando-se necessário a busca de novas atividades econômicas sustentáveis e viáveis, capazes de contribuir para o aumento de renda da população do entorno e consequentemente qualidade de vida; A realização de estudos técnicos sobre o cultivo da espécie nos reservatórios pode e deve ter um caráter de inovação, para propor técnicas de engenharia que envolva o uso de tanques-rede com sistemas de controle de escapes, avaliação de densidades que permitam um desempenho e higidez dos animais, o monitoramento espacial e temporal da assembleia íctica do entorno das áreas aquícolas, o desenvolvimento de dietas de baixo impacto ambiental, por meio do uso de rações de alta digestibilidade, entre outras medidas mitigadoras capazes de contribuir para geração de parâmetros técnicos, que por sua vez, possam ser utilizados como referência nacional e replicados a outras regiões do país, a exemplo de outros estudos. Por fim, os rios impactados por barragens não são mais rios e sim reservatórios, ou seja ambientes muito diferentes, sob qualquer ponto de vista, o grande impacto nas comunidades ecológicas destes ambientes já foram causados e o reuso destas águas para atividades nobres como a Aquicultura com espécies que comprovadamente não causam impactos negativos e apresentam índices zootécnicos compatíveis para viabilizar a atividade de produção é a forma mais nobre de beneficiar estas áreas e as populações impactadas. Diante do exposto, solicitamos a exclusão da espécie tilápia (Oreochromis niloticus), pois consideramos que seu cultivo além de se apresentar seguro ao meio ambiente e as espécies nativas, ainda se configura como a principal espécie da aquicultura nacional, bem como entendemos que uma legislação não pode retroagir para prejudicar o produtor após 27 anos de vigência.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 

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Maringá, 14 de outubro de 2025

Prof. Dr. Ricardo Pereira Ribeiro

Prof. Associado Aposentado do Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá

Prof. Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá

Mestre em Genética e Melhoramento Animal

Doutor em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais

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