Ricardo Pereira Ribeiro
Temos nas últimas semanas dois temas muito comentados em todos os meios de comunicação, ligados ao meio ambiente, e vinculados a autoridades recém empossadas no novo Governo. A primeira a suspensão dos contratos do Ministério do Meio Ambiente com as ONG´s e a segunda a fala da Ministra da Agricultura sobre o posicionamento de personalidades brasileiras que supostamente passam uma má imagem do Brasil sem o devido conhecimento de causa, especialmente sobre a preservação ambiental e sobre o respeito ao meio ambiente por parte de nosso Agronegócio.
Primeiramente é importante, sem generalizar fazer um breve histórico sobre as origens e objetivos do surgimento das primeiras ONG´s. Segundo EIR (Executive Intelligence Review, 2001), após a II Grande Guerra Mundial, utilizando-se como justificativa as atrocidades cometidas pelos Nazistas em nome do “melhoramento racial”, a Eugenia tornou-se altamente impopular, desse modo as grandes novas oligarquias mundiais que estavam se renovando naquele momento da história mundial e apoiavam o movimento eugênico transferiram seus esforços para o “controle demográfico” e a “conservação ambiental”, através dos mais altos órgãos de planejamento estratégico destas oligarquias (anglo-americanas), o RIIA e o Planejamento Político e Econômico (PEP – criado em 1931), apoiado diretamente pela Sociedade Zoológica de Londres e Real Sociedade Geográfica.
Dois “engenheiros sociais” Julian Huxley e Max Nicholson, membros do PEP foram fundamentais na criação da UNESCO, colocando entre suas finalidades a necessidade da eugenia e da proteção da vida silvestre, criando as duas primeiras organizações ambientalistas do Establishment anglo-americano, a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) e a Conservation Foundation dos EUA . Na década de 60 este mesmos atores e outros oligarcas britânicos fundaram o que viria a ser, juntamente com a UICN, o “Estado Maior” do movimento ambientalista: o Fundo Mundial para a Vida Selvagem (World Wildlife Found), atualmente chamada Fundo Mundial para a Natureza (World Wide Found for Nature), o WWF. Sua fundação ocorreu em um momento de particular relevância para os interesses estratégicos do Estalishment britânico em particular, devido aos movimentos de independência que se espalhavam pelo continente africano, tornando a WWF fundamental para assegurar a predominância das empresas da Comunidade Britânica de Nações sobre os recursos naturais africanos, com seu controle sobre grande parte da vasta rede de parques e reservas naturais que retalham a maioria dos países do continente, algo parecido com Imensas reservas indígenas e Parques Nacionais na nossa América Latina nos dias atuais????
A partir do WWF, os estrategistas oligárquicos dirigiram a criação, orientação e financiamento do aparato internacional das ONG´s ambientalistas, por exemplo, em 1969 o WWF criou o ramo “indigenista”, a Survival International, que teve papel fundamental na criação da imensa reserva indígena ianomâmi no Brasil e Venezuela. O chamado “Estado Maior” do movimento ambientalista internacional tem orientado o sistema que regula as diretrizes que orientam a atuação das Organizações do sistema das Nações Unidas envolvidas como Meio Ambiente e de seus programas relacionados ao tema.
Essa introdução é importante para concluirmos que esse tema é muito relevante e é muito importante que ações como a que o novo Ministro do Meio Ambiente tomou de observar de perto todos os convênios de sua pasta com as ONG´s é muito importante e salutar, pois é obrigação de toda autoridade constituída zelar pelo bom uso dos recursos públicos a ele confiados e os recursos que estão sendo bem empregados em bons projetos deverão ser mantidos e seus resultados tornados públicos e as boas experiências replicadas e os maus projetos seus responsáveis deverão responder ou justificar suas ações. Como vimos as intenções nem sempre são republicanas.
No segundo tema, o da fala da Ministra da Agricultura, gostaria de me posicionar a respeito. O renomado pesquisador da Embrapa Dr. Evaristo de Miranda, brilhantemente demonstrou que a Agropecuária Brasileira e a ocupação do território brasileiro pela produção agropecuária é uma das menores, comparativamente (sua apresentação está disponível neste BLOG) aos seus principais competidores internacionais, e o que mais reverbera em alguns órgãos da grande imprensa brasileira são opiniões, nem sempre cientificamente fundamentadas de personalidades brasileiras que possuem destaque internacional, que por mais que sejam bem intencionadas, aí concordo com a Ministra, podem passar para a Comunidade Internacional uma imagem ruim de nosso país, o que, muitas vezes não confere com a verdade e pode exatamente ir ao encontro daqueles que têm interesse em subordinar nosso país aos seus próprios interesses econômicos e de poder.
Excelente explanação destas duas questões que estamos vivendo nesse novo mandato de presidência prof. Ricardo.
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É importante verificar a história para poder emitir uma opinião isenta sobre estes assuntos polêmicos
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Toda moeda tem dois lados, durante muitos anos no Brasil a moeda tinha somente uma cara. Hora de discutir os temas ambientais sem ideologia.
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Exatamente Francisco, conhecer a história é importante, não ser apenas levado pela onda
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Exelente colocações e analogia sobre os dois temas!! Professor Ricardo como sempre brilhante em suas colocações, sempre atualizado e embasado com fundamentação histórica!! Esses esclarecimentos ajudam a contrapor os argumentos ideológicos que causaram retrocesso ao nosso pais!!
Até hoje as informações que chegam aos órgãos competentes são de entendimento unilateral (com grande conflito de interesse) e que acabou influenciando muitas pessoas de poder mas de forma iquivocada a tomar decisões erradas!!!
A discussão aberta e inteligente é a democracia que queremos para o nosso pais!! Estamos no rumo certo!
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Precisamos conhecer a história e os interesses envolvidos em todos os temas que envolvem as nossas atividades, pois muitas vezes podemos ser usados sem mesmo perceber
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